"1. geração on-line
A lousa está repleta depois dos 50 minutos da aula de português. O adolescente presta atenção à explicação do professor, mas não copia nada. Quando toca o sinal, ele pega o celular, aciona a câmera e registra tudo em um clique. O episódio aconteceu no colégio Santa Maria, na zona sul.
O aluno não levou bronca. Por lá, entre fazer da tecnologia uma aliada ou declarar guerra à parafernália eletrônica, ficou-se no meio termo. "A tecnologia é matéria- prima, objeto de estudo. Não posso proibir ou dizer que não presta", explica Elizabeth Fantauzzi, 47, responsável por disciplinas como webdesign e fotografia digital. "O professor precisa lidar com as informações que o aluno traz."
Na terça, durante a aula de informática, a aluna do segundo ano do ensino médio Mariana Borges, 17, usava um iPod para registrar o conteúdo. Entre uma explicação e outra, ela postou no Twitter "aula de web... entrevista para a Folha... estou chique".
"Cada turma vem com uma mania. Teve o pessoal do celular, depois o do MSN, o do iPod e agora esta parece ser a do Twitter", diz Elizabeth.
O crescente acesso à informação pela internet coloca os mestres na berlinda diante de pupilos que contam com inúmeras fontes. "Nossa função é ajudar o aluno a separar o joio do trigo, a procurar fontes confiáveis", afirma Renato Laurato, professor de português do Dante Alighieri.
O celular, que já foi vilão, começa a ser reavaliado. No Dante, os professores discutem a possibilidade de usar o equipamento de forma pedagógica. "Podemos mandar avisos por torpedos, pedir para que os alunos fotografem cenas do cotidiano para serem trabalhadas em aula", sugere Geraldo Brandão Jr., professor do ensino médio."
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